domingo, 5 de abril de 2009

Impressões precisas do sexto sentido.

Por que me matas a alma, se a muito tua íris já espelha os jardins do purgatório?
Por que ainda sorri, se teu sorriso engana apenas os que não te conhecem?
Mas como poderia eu te julgar?
Não sou santa, nem carmelita, sou o teor da pomba gira.

E tuas palavras? Há tua palavras...Devassas, cantadas, ultrapassadas.
Percorrem os tímpanos dessa pobre mortal. Desigual!
Terá ela os mesmos pecados que eu?
Darás a ela os impropérios de tua mente indigna? Fingida!

Furtar, seduzir, matar. Necessidade, não nego!
E tu? Enganar, desarmar, escravizar. Puro ego!
Eu com a faca, tu com o prego! Não erro!
Ela com medo, paixão e segredo. Acerto!

Meu sexto sentido, por ti não sentido,
Me mostra o rosto da pobre coitada. Enganada!
Pensando que enfim encontrou seu amor. Horror!
Mal sabendo a fria em que entrou. Procurou!
Provocou minha ira nada mais que bandida. Ferida!

Jogo duro, jogo sem dó. Prendo-te num ninho de nós.
E não me venha com bandeirinha de paz. Não penses que és sagaz!
A paz é para os derrotados. A merda com o fracasso!
Tua ilusão pelo macho é minha defesa, velha-ninfeta!

Menina-velha é experiente e guerrida.
Mas ainda não é mãe, não é parida! Não sabe nada da vida.
Só sabe voar, não sabe lutar e não sabe matar.
Não imagina o que o destino lhe reserva. Uma fera!
Levanto minhas armas. Agora é guerra!

4 comentários:

  1. Mais um belo e profundo poema. Adoro seu estilo, exuberante e sincero. Como você mesmo diz: sem papas na lingua. Parabéns.
    Gustavo. G. P

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  2. Ya... Doi a alma em ler...

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  3. Gosto do estilo.
    Fábio.

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