Esqueceria as dores do mundo
Loucamente por nós imputadas
Moveria montanhas escarpadas
Outrora por nós encontrada.
Haveria um momento incerto
Alcançado em sono profundo
Falecemos sentimentos vividos
Vislumbrando honroso futuro.
E se um dia eu olhasse o teu muro
No teor das outroras passadas
Te verias no espelho aos prantos
De faces dantes emprestadas.
Se valesse a pena eu faria
Uma joia do teu vão pensamento
Atravessaria penhascos e montanhas
E te afagaria em total desalento
E quando a mim tu olhares
E sorrires sem mesmo querer
Meu mundo será teu por completo
Mesmo que não venhas a mim merecer
E no fim do teu grande começo
Como posso eu te deixar ?
Se de mim precisas aos tantos,
Como a lua precisa do mar.
Desafio o tempo recalcitrante
A fazer-me tentar te esquecer
Esvaeceria-se o tempo dele mesmo
De esperar esse amor padecer
E no começo do modesto fim
Já não importa o que se falou
Nas passagens erradas da vida
Valerá só o que se guardou.
Nos teus olhos castanhos noturnos
Eu me perco antes de me encontrar
Já não digo o que antes diria
Para nos teus braços sempre eu estar.
Maputo, 02 de Setembro 2021
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