quinta-feira, 2 de setembro de 2021

O que passou passará



Esqueceria as dores do mundo 

Loucamente por nós imputadas

Moveria montanhas escarpadas

Outrora por nós encontrada.


Haveria um momento incerto 

Alcançado em sono profundo 

Falecemos sentimentos vividos

Vislumbrando honroso futuro.


E se um dia eu olhasse o teu muro

No teor das outroras passadas

Te verias no espelho aos prantos 

De faces dantes emprestadas. 


Se valesse a pena eu faria 

Uma joia do teu vão pensamento 

Atravessaria penhascos e montanhas

E te afagaria em total desalento 


E quando a mim tu olhares

E sorrires sem mesmo querer 

Meu mundo será teu por completo 

Mesmo que não venhas a mim merecer 


E no fim do teu grande começo 

Como posso eu te deixar ? 

Se de mim precisas aos tantos,

Como a lua precisa do mar. 


Desafio o tempo recalcitrante 

A fazer-me tentar te esquecer

Esvaeceria-se o tempo dele mesmo 

De esperar esse amor padecer


E no começo do modesto fim 

Já não importa o que se falou 

Nas passagens erradas da vida

Valerá só o que se guardou. 


Nos teus olhos castanhos noturnos

Eu me perco antes de me encontrar

Já não digo o que antes diria 

Para nos teus braços sempre eu estar. 


Maputo, 02 de Setembro 2021

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