Somos a soma de todos as nossas dores e amores.
Somos o reflexo de tudo o que vivemos e não tivemos.
Somos as cores do neutro, a sombra do dia e a luz da escuridão.
Somos os sons de todos os tambores e o agridoce dos nossos dissabores.
Somos o que o sol cega e o que o luar ilumina.
Somos o gelo que queima, depois do que o fogo incendeia.
Somos as decências das dúvidas e a tempestividade das certezas.
Somos a dignidade da ignorância e a arrogância da inteligência.
Somos aquilo que pensamos ser, não aquilo que sonhamos.
Somos a subida quando o medo desce.
Somos amor quando o orgulho padece.
Somos a eternidade, quando o fim nos ronda.
Somos loucura quando o desejo estronda.
Somos pura capacidade nos impuros desafios.
Somos crianças quando pensamos estar velhos.
E somos velhos quando descobrimos que, em verdade, nunca deixamos de sermos crianças.
Somos loucos quando não acreditamos na loucura.
E somos sãos, quando descobrimos que somos loucos.
Somos esfomeados quando não temos comida.
E as vezes somos a comida das mentes esfomeadas.
Somos inimigos no ápice das amizades.
Somos amigos quando conhecemos o nosso inimigo.
Somos coerentes somente na incoerência.
Somos incoerentes nas certezas absolutas.
Somos guerreiros quando o orgulho é ferido.
Somos feridos quando ganhamos sem nenhum batalha.
Somos tudo no meio do nada.
Somos nada quando temos de tudo.
Somos as folhas que o vento leva.
Mas as vezes, somos exatamente o vento que derruba as folhas.
Mas eu prefiro ser o vento que derruba as sementes.
Samanta Lemos
04/07/2021
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